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As facilidades proporcionadas pela primeira instituição financeira de Brejetuba

As facilidades proporcionadas pela primeira instituição financeira de Brejetuba

Um dos pioneiros da comunidade de Alto Rancho Dantas, o produtor Lourival de Souza Paula fala da relação de confiança entre associados e gerentes e de como ficou mais fácil o acesso ao crédito

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Lourival de Souza Paula, que vai completar 74 anos em agosto, se mudou para a comunidade de Pinheiros, em Brejetuba, junto com os pais e os irmãos, quando tinha apenas seis anos de idade. Mais irmãos nasceram e todos cresceram no lugar.

Em 1971, ele se casou com Nilcéia Soares de Paula e passou a morar na propriedade em Alto Rancho Dantas (que na época também fazia parte da comunidade de Pinheiros). Lourival se tornou um dos fundadores da comunidade ao ajudar a erguer a igreja. Ele compartilha a vizinhança com parte de sua irmandade e, com os próprios filhos, já casados e pais de famílias. “Sou um dos moradores mais antigos daqui e, quando o município estava em processo de emancipação de Afonso Cláudio, fiz campanha para que a comunidade ficasse integrada a Brejetuba”.

Como um dos moradores que viu surgir e evoluir o lugar, Lourival enxergou na abertura de uma agência do Sicoob em Brejetuba uma grande evolução para o município. “Foi o primeiro banco que veio para Brejetuba. O primeiro gerente, o Paulo Zavarizi, era conhecido de nossa comunidade e ele me convidou para ser um dos primeiros sócios. Depois do Paulo veio o Cristiano José de Sousa, que é de Brejetuba, e todos os outros se integraram à comunidade, pois se não eram de Brejetuba eram da região e conheciam bem o lugar”.

Lourival, que é neto e filho de cafeicultores, cultivou também milho e feijão durante muitos anos. “Com a modernização da agricultura mexer com estas culturas passou a não ser mais compensador em nossa região. Então decidimos plantar apenas para o nosso consumo, assim como mexer com gado”.

As observações de Lourival sobre a modernidade são de quem dá boas vindas às transformações que o mundo traz, pois passou a precisar se deslocar apenas 15,6 quilômetros para chegar à agência do Sicoob. “Antes as agências mais próximas estavam em Venda Nova (29 km), Conceição do Castelo (22km) ou em Afonso Cláudio (34 Km). Além de ter que vencer a distância, quando chegávamos lá éramos pessoas desconhecidas para os funcionários dos bancos. Nós, da roça, somos pessoas simples e ficamos acanhados”, disse se referindo ao tratamento formal e distante. “Somos simples, mas não somos bobos e sabemos o que é bom para a gente”, completou.

Lourival reforça que quando o Sicoob chegou e colocou pessoas conhecidas e conhecedoras da realidade dos agricultores para os atender, ele ficou animado. “Além de sentir liberdade para fazer perguntas, conversar com os gerentes e funcionários, eles ligam para a gente quando têm alguma linha de crédito que possa nos interessar ou outro produto capaz de atender a alguma necessidade nossa. E eu entrei como sócio porque eles também são mais parceiros e companheiros. Até hoje é assim”.

Lourival, a esposa Nilcéia e os filhos Edílio e Edival deram
uma pausa no trabalho para bater um papo com a reportagem
e fazer a foto.  Faltaram: Edésio, o outro filho, tinha acabado
de sair para a Sede de Brejetuba, e a filha Elilda, que mora
em outra propriedade.

Os três filhos de Lourival trabalham na propriedade e todos são associados ao Sicoob, sendo que um deles foi funcionário da agência, mas resolveu sair para se dedicar com exclusividade aos projetos da família, mesmo depois de concluir o mestrado. “Transferi as responsabilidades da propriedade para meus filhos e trabalhamos juntos. Eles hoje cuidam das culturas, dos novos investimentos, dos contratos e das relações comerciais e bancárias. Só minha filha já casada, mora em outra propriedade”.

No dia que nos receberam para a reportagem, os três filhos de Lourival estavam envolvidos na finalização da obra de um alojamento para os trabalhadores a serem contratados para a próxima colheita de café. Dois estavam lá, pois um tinha acabado de sair para comprar mais material de construção.

Eles se envolveram no bate papo e falaram da qualidade do café produzido na propriedade. Com altitude que varia de 900 a 1.100 metros e com muitas áreas de preservação e fazendo vizinhança ao Parque Natural Municipal Berra Onça, as características do café produzido, de acordo Edílio, se assemelham com os grãos da Colômbia. E, se depender do que o patriarca ensinou, os filhos vão manter as matas intocadas. “Nunca derrubei uma árvore desde que cheguei nesta propriedade. Somente plantei nas áreas já cultivadas”, afirmou Lourival.

A exportação direta pela família é, por enquanto, inviável e eles exportam café via Coopeavi e Faf Coffee para países como a Austrália. “Até o momento estamos focados em produzir com qualidade e aproveitar para potencializar os atributos naturais de nosso café. Em 2018 produzimos uma média de 1.000 sacos de café pilado bom”, disse Edílio.

No bate papo, o ex-funcionário do Sicoob falou de sua experiência trabalhando na instituição e do quanto ele amadureceu profissionalmente. “Fiquei ainda mais preparado para vir tocar a propriedade da família. Precisei fazer uma escolha e tomei a decisão de retornar”.

 

As melhorias

O mais recente investimento feito na propriedade de Lourival foi em uma usina fotovoltaica, com 25 placas. Instalada há um ano, tem gerado uma economia de cerca de R$ 2.000,00 por mês. “ Unificamos os relógios de todas as casas e a conta gira em torno da tarifa mínima. Em pouco tempo o investimento estará pago e a energia das casas e dos equipamentos será praticamente gratuita”.

Para Lourival, quando a instituição financeira é parceira, traz boas oportunidades de inovações e de se fazer investimentos. “O produtor precisar ter claro em sua cabeça se ao final o investimento será um bom negócio para ele e mento será um bom negócio para ele e se organizar para pagar. Os investimentos a longo prazo são um excelente negócio, desde que se faça com segurança. No Sicoob, os gerentes conhecem a capacidade de pagamento dos produtores e fazem uma ótima orientação”.

O barracão que abriga as máquinas de café também erguido com recursos do Sicoob. O investimento foi feito há quatro anos e a família está se organizando para pegar um novo empréstimo para ampliação do barracão.

Ele disse que antes de o Sicoob chegar em Brejetuba já usava o crédito como uma das ferramentas para fazer a propriedade prosperar, só que com a chegada da Cooperativa de Crédito, passou a enfrentar menos burocracia. “Além de facilitar os trâmites, o pessoal do Sicoob sabe com quem está lidando e o poder de cada um em assumir responsabilidades, pois conhece o histórico dos produtores da região onde atuam”.

Além de aumentar o poder de investimento do produtor, créditos rotativos, na avaliação de Lourival, são excelentes para socorrer na hora do aperto. “Quando o preço do café está muito baixo, dependendo da visão do produtor, ele pode pegar um crédito, segurar e vender assim que valer a pena, quitando assim o empréstimo. Esse dinheiro ajuda muito, principalmente no período de safra, quando se gasta muito com mão de obra”.

 

 

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