Altoé da Montanha: café da manhã no 'polenta móvel' faz parte dos atrativos da hospedagem
Com ingredientes que reverenciam a produção agrícola e a cultura regional, as ofertas gastronômicas disputam com a paisagem a atenção dos hóspedes
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O casal Dulce e Lúcio Altoé e o filho Pedro estão firmes na missão de promover a sustentabilidade da propriedade, em Venda Nova. A família acabou de inaugurar mais um chalé e está concluindo outro. Com as inaugurações, a hospedagem atende com dois chalés, quatro suítes e duas casas completamente equipadas.
Com a entrada na altura do quilômetro102 da BR-262, o pequeno 'pedaço do paraíso' faz parte da localidade da Tapera, só que no lado inverso da rodovia da conhecida comunidade. Plantios e remanescentes da mata atlântica compõem com a pedra uma paisagem única e digna de contemplação.
Com vista privilegiada do morro do voo livre, a sede comporta a casa da família, um bistrô e os chalés que constiutem a pousada. Despertar numa manhã depois de desfrutar o conforto das instalações e curtir a vista na varanda anunciam um pouco do que é oferecido no café da manhã.
As receitas feitas na cozinha da pousada têm como ingredientes as produções agrícolas e itens comprados de fornecedores comprometidos com a filosofia de preservação ao meio ambiente. “Nosso diferencial está no nosso jeito de fazer as coisas. Tudo muito simples, mas feito com dedicação e amor”, diz a carismática Dulce Dias Altoé, a matriarca da família.
Ela conta que vários hóspedes já acostumados a viajar pelo Brasil inteiro afirmam que o café servido pela pousada está entre os principais diferenciais da hospedagem. “O momento do café da manhã é de confraternização entre os hóspedes e também de nossa família interagir com eles. Nossos bate papos geram muita divulgação, pois eles se encarregam de passar para frente as experiências vividas aqui. No final, fazemos ótimas amizades, pois eles continuam trocando mensagem com a gente”, relata Lúcio Altoé.
O patriarca se recorda de um grupo do Pará que fez muitas brincadeiras entre eles, disputando as iguarias expostas no polenta móvel. “Sempre reabastecemos o polenta móvel, pois sempre queremos renovar as iguarias. Polenta, banana, queijo, linguiças e outros alimentos são muito apreciados pelos hóspedes. Passamos nas mesas servindo vários tipos de cafés e sucos. Tudo preparado na hora”, explica Dulce.
Família
Tanto Lúcio quanto Dulce mantêm um diálogo direto com os hóspedes. E mesmo está fazendo Pedro, que desde a ida da irmã Lara para a Itália (onde passa uma temporada em busca de conhecimentos e experiência em gastronomia), assumiu ainda mais compromissos. Pedro está se dedicando mais ao Café Colonial Altoé da Montanha, que funciona na Sede de Venda Nova, de onde ele divulga a hospedagem e conquista novos clientes.
A família sempre trabalhou unida e a certeza da continuidade tem estimulado os investimentos. Lara, que está na Itália, é formada em gastronomia pela Universidade de Vila Velha- UVV e está ampliando seu repertório ao estudar e trabalhar na Itália. Em razão de sua viagem, o bistrô (um projeto dela) está funcionando exclusivamente para atender aos hóspedes e também grupos por agendamento.
Já com a visão de continuidade pelos filhos ao empreendimento, Dulce homenageou os pais dela e os pais de Lúcio identificando os chalés com o nome deles. “Coloquei Vovô e Vovó, pois esta é a relação familiar deles com meus filhos. Fiz tudo pensando neles mesmos”, explica Dulce.
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Quem conhece a família logo percebe que amor mútuo explica tanto aconchego, que não se restringe às instalações. Uma palavra doce, um sorriso despretensioso, um aperto de mão e, quem sabe, um abraço, fazem parte do jeito natural de ser de cada um da família Dias Altoé.
O trecho que liga a BR-262 até a propriedade é curto e, embora seguro, família sonha com a pavimentação que pode chegar via o programa Caminhos do Campo, do Governo do Estado. Parte conta com calçamento somente na linha de tráfego dos pneus, o que garante a passagem segura dos carros nos fragmentos mais íngremes mesmo com chuva. As matas e plantios no entorno só tornam essa aventura mais charmosa e atraente.
Sempre em busca de melhorias, fora e dentro da propriedade, a família também tem o hábito de viajar pelo menos uma vez por ano. “Além de descansar e curtir bons momentos de lazer em família, ver o que os outros estão fazendo amplia nossa mente”, filosofa Lúcio.
Lúcio completa dizendo que as práticas dentro da propriedade geram muito conhecimento e todos compartilham das vivências, das decisões e dos novos rumos. “Podemos aprofundar nas experiências que a propriedade proporciona, mas precisamos olhar para fora novas possibilidade e aprimorar o que estamos fazendo”.
“Lúcio é menino sonhador”, diz com carinho a esposa Dulce. E ela diz que sempre incentiva ele e os filhos. “Sempre digo que é possível e que para concretizar sonhos precisamos pesquisar bastante e ter coragem de colocar em prática”.
Enquanto aguarda o retorno de Lara, a família troca palavras carinhosas pelas ligações telefônicas, se declara nas redes sociais e se ocupa de uma rotina puxada: cuidar dos cultivos, das hortas, da produção de alimentos (doces, tortas, bolos, biscoitos e inúmeras receitas), do Café Colonial e da Pousada. O mais interessante é verificar que todos estes compromissos não interferem no bom humor e na energia boa que cada um deles emana e troca com quem se hospeda ou frequenta o Café Colonial.