A pediatria como vocação de um mineiro que escolheu a região para atuar
Atual coordenador do Serviço de Pediatria do Hospital Padre Máximo, Luiz Roberto Issa Filho escolheu Venda Nova para atuar profissionalmente e viver
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Quando fazia atendimento em Domingos Martins e em Manhuaçu/MG, o pediatra Luiz Roberto Issa Filho fazia de Venda Nova seu ponto de referência. Ele ficava na cidade entre os intervalos de um trabalho e o outro e aos poucos foi sendo conquistado pelo que observou de qualidade de vida do lugar.
“O lugar sempre me chamou atenção e resolvi buscar espaço profissional em Venda Nova. E estou muito satisfeito. Ainda muito jovem, fui muito bem recebido”, diz o atual coordenador do Serviço de Pediatria do Hospital Padre Máximo. Luiz Roberto tem orgulho de dizer que trabalha ao lado do veterano, o pediatra José Carlos Uliana, uma das referências em medicina em Venda Nova e região.
“Eu me arrisquei e não me arrependi. Eu gosto do resultado da minha dedicação, pois me sinto muito bem acolhido pela cidade no meu trabalho. Admiro a seriedade como percebo que as coisas são conduzidas pela comunidade, bem como sou encantando pela cultura do lugar. A Festa da Polenta, por exemplo, o trabalho voluntário dos envolvidos. Fico impressionado como as pessoas se unem para buscar recursos para as entidades e do carinho que sentem pelo Hospital, como as Voluntárias. Gosto de trabalhar para essa gente. Também me agrada o clima da cidade, as belezas naturais, a união das famílias... Sobre tudo, o povo”.
Luiz atende também em Marechal Floriano, Afonso Cláudio e Conceição do Castelo e seu projeto e se manter em Venda Nova, de onde tem facilidade para atender nos outros municípios. “Eu me inspiro nos profissionais veteranos, muitos atuando nos postos de saúde, onde conhecem a realidade do lugar”.
Doenças respiratórias são comuns e recorrentes entre as crianças
De origem de um lugar quente, Luiz conheceu uma realidade diferente quando chegou em Venda Nova, onde as diferenças entre as estações do ano são relativamente bem definidas. “As doenças respiratórias se exacerbam muito nas crianças, principalmente entre o outono e o inverno”.
Com as quedas bruscas de temperatura, os cuidados com a saúde devem ser maiores, principalmente para crianças. Com o sistema imunológico mais frágil que dos adultos em idade média, as crianças (assim como idosos), são os que mais sofrem com as alterações climáticas desta época do ano. “As crianças podem ter um resfriado simples, como um quadro mais grave de uma crise respiratória aguda, uma asma”, ressalta.
As mudanças repentinas de temperatura que acontecem ao longo do dia e a baixa umidade relativa do ar causam estresse no organismo, fragilizando a resistência orgânica e assim, possibilitando o contágio e a proliferação de vírus e bactérias que ficam expostos no ar e que atacam principalmente o sistema respiratório.
O sistema imunológico da criança ainda é frágil e bastante limitado, principalmente porque ela ainda não tem a imunização necessária contra diversas doenças. Por isso, a atenção com sua saúde também deve ser maior e o acompanhamento médico juntamente com o calendário de vacinação, indicado pelo Ministério da saúde, deve ser seguido.
De acordo com o pediatra, a qualidade de vida da criança pode melhorar se acompanhada desses cuidados básicos e algumas medidas de prevenção através de atitudes simples e presentes no dia a dia de cada uma delas:
-As crianças, principalmente as que acordam cedo para ir à escola, devem sair bem agasalhadas. Se possível, os pais devem leva-las de carro, para evitar a friagem, principalmente na cabeça;
-Lavar os casacos, mantas e cobertores antes de usá-los. Guardados pelo período quente, apresentam mofos e ácaros;
- Manter o ambiente da casa limpo e arejado, com troca frequente das roupas de cama;
-Hidratar as crianças com ingestão frequente de água;
- Evitar ambientes cheios, sobretudo onde tenham pessoas doentes;
-Evitar poluentes na casa como fumaça de cigarro, perfumes e cheiros fortes;
- Em caso de alergias e doenças crônicas, que podem agravar nessa época do ano, procure uma consulta médica.
É muito comum o questionamento sobre porque são necessários tantos cuidados, considerando que as crianças de antigamente, criadas sem muita proteção, não adoeciam tanto. O pediatra Luiz observa que o sistema imunológico está 'involuindo' devido a vários fatores, dentre eles uma alimentação processada e com aditivos químicos. “Cuidar de uma alimentação mais natural, onde se descasca mais e desembrulha menos, contribui muito para fortalecer o sistema imunológico da criança e, consequentemente, com a sua saúde”.
Os riscos da pandemia para as crianças
Apesar de afetar menos as crianças, elas precisam de maior atenção durante pandemia
Apesar de ser a faixa etária com menor incidência, já há casos confirmados e mortes desse segmento da população. “Por terem maior índice de manifestações assintomáticas, as crianças são transmissoras para públicos mais suscetíveis de contaminação e evolução do quadro de saúde da covid-19. Assim, os cuidados com essa faixa servem tanto para proteger essas pessoas quanto os que estão ao seu redor”, explica Luiz.
Conforme recomendação do Ministério da Saúde, o médico sugere aos pais que expliquem às crianças o que está ocorrendo, a seriedade da situação e o que é o coronavírus. “O diálogo é importante para lidar com sentimentos como insegurança e medo, decorrentes das mudanças que surgem neste novo momento. Os pais devem apresentar aos filhos as medidas necessárias para a sua proteção e de quem está próximo, especialmente os que integram os chamados grupos de risco.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, não há evidências, até o momento, de transmissão pelo leite materno. Nos raros casos de recém-nascidos com covid-19 não há evidência de transmissão vertical (da mãe para o filho). Por isso, a entidade afirma que é desnecessário alterar essa prática entre mães e filhos.
Para o caso de crianças acometidas da doença é importante ficar em ambiente arejado, não receber visitas e evitar contato com pessoas mais velhas. O pediatra destaca que é importante lidar com as características dessa idade. “A criança não tem noção de higiene como um adulto pode ter, por isso é importante não expor outras pessoas ao contato com ela”, alerta.
Quem estiver junto da criança deve estar sempre com máscara de proteção. Após banho ou troca de fralda, é fundamental fazer a higiene das mãos, além de lavar lençóis e roupas da criança separadamente. “É bem importante limpar com álcool as superfícies do quarto e dos locais que a criança usa", recomenda o médico.
Uma doença misteriosa nas crianças, que primeiro foi registrada nos Estados Unidos, está levando médicos a lançar um alerta sobre uma possível nova consequência da pandemia do coronavírus. É a chamada síndrome inflamatória multissistêmica.
De acordo com o pediatra, a doença parece ser uma síndrome pós-viral. Essa síndrome inflamatória multissistêmica não é causada diretamente pelo vírus e a principal hipótese é que seja provocada pela resposta imune do paciente.
Os sintomas incluem febre persistente, inflamação e mau funcionamento de órgãos como rins ou coração. As crianças também podem mostrar sinais de inflamação dos vasos sanguíneos, como olhos vermelhos, língua vermelha brilhante e lábios rachados. “Trata-se de um distúrbio complexo. É um espectro de problemas, e em alguns casos, o indivíduo tem envolvimento de artérias coronarianas. Às vezes não", disse sobre a gravidade.
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Dr. Luiz Roberto Issa Filho
Pediatra
CRM 14045 - ES RQE 9206
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(28) 3546-1157