Filha João Sossai e Luisa Altoé, Maria Eliza Falqueto nasceu em 24 de      maio de 1923, na localidade da Tapera, em Venda Nova. Assim como a avó Elena Caliman Sossai, ela foi uma importante parteira em Venda Nova. Casou-se com Alcino Falqueto em 27 de junho de 1946 e a união frutificou 12 filhos.

Ela a auxiliava a experiente Brígida Bernabé Feitosa e o seu primeiro parto foi justamente quando prepara uma parturiente, enquanto foram chamar a parteira. Não deu tempo de Brígida chegar e Maria Eliza ajudou Wagner Falqueto, filho de Davel e Lourdes, vir ao mundo. Anos depois, convidada por Dona Páscoa, fez um curso em Castelo e aprimorou o que ela e outras parteiras faziam na prática.

A exemplo das outras, as condições de tempo, a distância e o avançar da hora não eram impedimento para exercer sem remuneração o ofício. “Tinha noite que saía duas vezes”, relatou ao Jornal Folha da Terra em 2005. Ela fazia parto no Indaiá, Mata Fria (Conceição do Castelo), no Rio da Cobra (Afonso Cláudio), Pedreiras (Aracê – Domingos Martins) e no Forno Grande (Castelo).

Elisa vencia todas as dificuldades com coragem. A maioria das vezes fazia o percurso a pé. Foi assim uma vez, grávida de sete meses, fez o parto da Lúcia Caliman, que morava em Alto Bananeiras. “Eu ia a pé, a cavalo e até em garupa de moto”, relatou.

Várias vezes, Maria Eliza passava a noite fora para ajudar uma criança nascer. “Ganhei muitas afilhadas”, disse cheia de orgulho. Das histórias que trouxe na memória, é de uma criança que nasceu morta. A mãe sofreu uma queda no dia do parto. “Nunca uma mãe morreu em minhas mãos”.