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Uma bióloga que proporciona moda acessível

Uma bióloga que proporciona moda acessível

Com uma loja em Ibatiba e outra em Iúna, Thaís conta como teve coragem de avançar em seu empreendimento

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Todos os dias a bióloga de formação e comerciante por convicção, Thaís Silva Gomes Pereira, 29 anos, é vista nas redes sociais com vídeos e fotos das roupas que disponibiliza para suas clientes em suas duas lojas.  A Fuzuê Chic, que nasceu em Ibatiba, tem uma filial em Iúna e, com clientes fiéis na região, já foi convidada para abrir as portas em outros municípios.

Thaís construiu um jeito novo de comercializar moda, fazendo um diferencial num comércio comum até então. Com uma loja com visual de boutique, a Fuzuê trabalha com preços mais populares. “É essa a ideia que eu quis trazer: um ambiente bacana e um atendimento diferenciado para ajudar as mulheres se vestirem bem pagando pouco”.

Tudo começou com Thaís vendendo roupas em casa. Ela se formou em biologia pela Ufes de Alegre no meio do ano de 2015 e, sem trabalho, passou a vender roupas em casa. Tudo começou quando ela acompanhava a mãe, que tem uma loja de utilidades, em São Paulo e aproveitava para fazer umas compras para ela. Suas escolhas faziam sucesso e ela começou a trazer pequenas quantidades de roupas para revender.

Thaís bem que tentou atuar na profissão, dando aulas, mas logo percebeu que sua veia de comerciante era mais forte. Com o dinheiro recebido do seguro de um acidente que sofreu, ela comprou roupas e criou uma conta no Instagram para divulgar as peças com o nome Fuzuê Chic. “Fiz fotos e vídeos, sempre em silêncio e, com o passar do tempo, fui ficando mais segura e me soltando”.

Há três anos, Thaís sentiu que era o momento e abriu uma loja em um pequeno ponto de uma rua secundária em Ibatiba. Com uma proposta de oferecer itens a preços mais acessíveis, ela faz compras em São Paulo, usando seu olho clínico para escolher peças boas e de qualidade, sempre oferecendo um atendimento de boutique. As peças sedutoras e os preços mais acessíveis fazem com que as mercadorias tenham um giro rápido. “Toda semana tem novidade na loja. Quando não vou a São Paulo, faço pedidos”.

Como as peças são vendidas com muita rapidez e as clientes, já sabendo disso, logo procuram ou as deixam pagas mesmo antes de buscar as mercadorias. Com a política de somente vender à vista ou pelo cartão, as roupas só são separadas depois de pagas. “Muitos disseram que minha loja não daria certo por só receber à vista, mas o tempo mostrou o contrário. O preço de venda honesto fidelizou minhas clientes, que cada vez respondem mais rápido nossas divulgações”, diz sobre o ciclo virtuoso. Thaís sabia que se começasse a vender anotando, não conseguiria reverter o comportamento e esse modelo de venda tem inspirado o comércio local.

A loja de Iúna, que fica há 23,5 quilômetros de Ibatiba,  foi aberta há pouco mais de um ano. Por ora, Thaís não pretende abrir outra filial, pois quer manter a mesma qualidade de atendimento. Ela faz tudo sozinha: compras, controle de vendas e estratégias de divulgação. “Tenho uma equipe de venda que está afinada. Faço provador todos os dias, numa verdadeira maratona para mostrar as roupas. Só quando viajo para São Paulo e nas férias, costumo deixar vídeos e fotos preparados, além de produzir conteúdos à distância”.

 

O Empretec e a expansão

No ano 2019, Thaís fez o Empretec em Venda Nova, o que foi um divisor de águas em seus negócios. Ela explica que ao participar do programa oferecido pelo Sebrae Venda Nova , teve coragem de dar um passo importante. A loja, num ponto menorzinho (mas que foi inaugurado com pompa e circunstância: desfile e coquetel), merecia uma localização e um espaço mais adequado.

E tudo aconteceu de forma natural: depois de concluir sua participação no Empretec lhe foi oferecido um ponto comercial quase quatro vezes maior. “Participar do Empretec me deu uma visão diferente do que teria que ser feito e  mudado, além de ter me dado subsídio para eu aproveitar a oportunidade”.

Thaís se encheu de coragem e colocou tudo que aprendera em prática. “Era como se eu tivesse aberto mais três lojas. Só reaproveitei o balcão. Precisei comprar mais araras, provadores e muito mais roupas... Quadrupliquei o volume de compra”, relata. E a resposta foi positiva, assim como quando abriu a loja pela primeira vez. Só que desta vez, ela tinha recurso para pagar à vista os móveis, tinha capital para abrir as novas portas e as vendas quadriplicaram, num avanço proporcional ao aumento da loja. E a decoração? Um primor. Tudo com muito bom gosto.

“Eu passei a acreditar mais em mim. O Empretec me deu mais segurança e eu, mais confiante, passei a desembolar mais as ações: busquei mais fornecedores e me agreguei a mais pessoas para ajudar nos meus objetivos”, finaliza Thaís.

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