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Suporte para aprender a estudar com autonomia

Suporte para aprender a estudar com autonomia

Cursos, especializações e os 17 anos de experiência estão no repertório de Norminda Dela Costa, que deixou o ambiente escolar para atuar orientando estudantes a construir rotina e escolher seu futuro profissional

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A afirmação de que todos sairão diferentes da pandemia faz todo sentido para Norminda Dela Costa, 44 anos, que deu uma guinada na sua vida profissional logo no início do isolamento social imposto pela crise sanitária. Ela decidiu sair do ambiente institucional de ensino para abraçar uma outra vertente profissional: atuar no atendimento clínico de crianças e adolescentes.

Assim, dentro de sua nova proposta profissional, ela abre as portas do  consultório para orientar a vida estudantil para um público com necessidade de se firmar e se afirmar nessa fase da vida. Todos sabemos que é muito comum na infância e na adolescência a dificuldade em se adequar ao sistema de educação formal. E é aí que entra a terapeuta, cujo papel é identificar, analisar e fazer intervenções pedagógicas como forma de facilitar os processos de aprendizagem.

Norminda conhece bem a dinâmica do ensino formal. Ela traz a experiência de 17 anos de trabalho, 12 deles como pedagoga de uma instituição de ensino renomada, a Coopeducar, e sua proposta é ajudar quem tem dificuldade a quebrar seus bloqueios. “Além de acompanhar o estudante no desenvolvimento escolar, orientando os estudos, também atuo para que eles encontrem a autorregulação no ensino, aprendendo a usar as ferramentas disponíveis a seu favor. Hoje temos a Internet, que se bem usada, é uma grande fonte de informação e também de interação”.

Gerenciar o tempo está entre os desafios, principalmente com tanto apelo das mídias sociais. “Planejar e organizar rotinas de estudo que garantam tempo e espaço para estudar com autonomia, desenvolver estratégias para aprender nas diferentes áreas de estudo e potencializar o uso da tecnologia como potente recurso para a autoaprendizagem fazem parte da pauta do atendimento. No entanto, se faz fundamental identificar áreas de interesse e definir prioridades de estudo”, ressalta Norminda.

Já um outro passo é promover a orientação profissional, no qual a terapeuta utiliza dinâmicas e estratégias específicas para ajudar o jovem a reconhecer os próprios desejos e talentos. “Com informações detalhadas sobre cursos, profissões, tendências atuais e futuras do mercado de trabalho fica mais fácil uma tomada de decisão consciente”, pondera.

Para Norminda, o ambiente competitivo causa uma angústia natural nos estudantes. “Se para o adulto é difícil, imagina para o adolescente? Nessa fase da vida é muito importante ser aceito pelos amigos e pela família. E é muito angustiante enfrentar todas as dúvidas naturais da fase associadas às dificuldades de administrar os estudos e ainda escolher uma profissão que, em tese, vai atuar pelo resto da vida”.

 

O processo

A decisão de guiar sua atuação para dentro de um consultório faz parte de processo de mais de um ano. O isolamento social em decorrência da crise sanitária fez parte dos gatilhos que fez com que Norminda decidisse sair do emprego, onde gozava de certa segurança e prestígio.

E ela mergulhou numa espécie de ano sabático, onde se entregou com calma à convivência no lar. “Passei a fazer minha própria comida, a cuidar do meu filho como nunca pude cuidar, fazer atividade física, terapia e acompanhamento médico rigoroso”.

Norminda fala também de um mergulho profundo, nem sempre muito agradável, no qual ela sofreu para se reencontrar. E fica até difícil saber como tudo se processou, ao ponto de decidir parar de trabalhar numa atividade que sempre amou, e se encontrar sem desejo e estímulo. E sentindo uma dor profunda, sem reconhecer o porquê e sua origem.

Tudo foi voltando para o costumeiro lugar de paz aos poucos. Ao parar de se cobrar e passar a ajudar fazer artesanato no ateliê da irmã. “O carinho do meu pai, da minha irmã e de meu marido foi muito importante. Meu filho, ainda na sua pouca idade, também foi um ponto de fortaleza”.

O contato com a natureza foi muito importante nesse processo de reconexão. “Lembro de um dia que minha irmã e uma amiga me levaram pelas mãos para um banho de cachoeira em seu sítio, que é um verdadeiro recanto de paz. Foi uma experiência sagrada e grandiosa. Eu recuperei a minha energia da infância, fase que eu vivia literalmente com os pés no chão. Eu tomei muitos outros banhos de cachoeira depois, fiz trilhas pelas matas, me reencontrei com minha espiritualidade… Tudo isso me ajudou”.

Depois de reestabelecida, Norminda passou a avaliar uma antiga proposta de trabalho de sua amiga Marli Bossois (psicopedagoga)- que junto com Cynthia Mauro (fonoaudióloga) e Juzana Moreira (psicóloga)- mantêm uma clínica especializada em desenvolvimento e aprendizado. “Pensei que era o momento de recomeçar e a proposta caiu como uma luva no meu perfil profissional”.

Para Norminda, o fato de ter passado por esta experiência, associada- é claro- à sua bagagem profissional e acadêmica lhe dá o 'know how' necessário para lidar com crianças e jovens que estão vivenciando momentos de vulnerabilidade.

“Buscar esse caminho de equilíbrio é cuidar da saúde. Precisamos dar suporte às crianças e aos jovens com dificuldade de se organizarem nos estudos. E um apoio nessa fase- que pode ser por um curto período, dependendo do grau de dificuldade- pode significar paz no futuro. Às vezes um pequeno ajuste é capaz de recolocar a pessoa no rumo. A proposta é gerar autonomia”, finaliza.

 

Serviço

28 99992-1913

e-mail: delacostanorminda@gmail.com

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