Douglas Gonzaga de Sousa  é filho de agricultores da comunidade de São Domingos, Brejetuba, foi na Escola Família Agrícola daquele município, onde fez o ensino fundamental que descobriu sua vocação. Em seguida, fez técnico agrícola no Ifes de Alegre e, retornando para sua cidade, trabalhou durante quatro anos em uma loja de produtos agropecuários.

A história de Douglas com o café começou na Casa do Agricultor de Brejetuba, onde trabalhou como técnico agrícola da Prefeitura de 2011 até maio de 2014, quando passou no concurso do Incaper. Ele ficou lotado no escritório do município até no ano passado.

Douglas que possui formação acadêmica em administração pela Faveni (2012 a 2015), se tornou provador em 2014. Seu primeiro curso foi no Centro de Comércio de Café de Vitória, ministrado por Vanildo Págio. Desde então, passou a atuar no laboratório de café em Brejetuba junto com Fabiano Tristão (com quem continua trabalhando em parceria), fazendo as provas, integrando trabalhos de pesquisa de processamento e de qualidade e do júri de prova de vários concursos municipais do Estado.

No final do ano passado foi instituído o Centro de Cafés Especiais do Espírito Santo- Cecafes e Douglas foi convidado pela diretoria do Incaper para coordená-lo. O Centro dá nova função à estrutura física da Fazenda Experimental de Venda Nova (em Viçosinha), onde foi montado o laboratório de análise física e sensorial de cafés. O Cecafes atende agricultores e parceiros de todo o Estado fazendo análise física e sensorial de cafés e ofertando cursos e treinamentos na área, além de fazer avaliação de trabalhos de pesquisa e atuar no melhoramento da qualidade dos cafés.

Os cursos e treinamentos foram paralisados em função da pandemia e da alta demanda de análises no laboratório no período de safra. Porém a expectativa é que, com o avanço da vacinação e a redução dos casos de covid 19, as atividades possam retornar no início de 2022.

Douglas explica que existia uma demanda do laboratório próprio, pois o Incaper fazia esses trabalhos em parcerias com outras instituições e municípios. O centro se propõe convergir todas as avaliações dos concursos municipais de qualidade de café, assim como as provas sensoriais do “Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo” - categoria arábica. Já as análises de conilon serão feitas na unidade de referência de Linhares.

O centro encontra-se em fase de estruturação, mas o arranjo atual, de acordo com Douglas, foi suficiente para começar os trabalhos e este ano já foram provadas mais de 1.000 amostras. “Com os concursos municipais, o Prêmio de Cafés Especiais, os trabalhos de pesquisa e as análises para agricultores, a expectativa é provar mais de 5.000 amostras em 2021”, prevê. 

O Cecafes conta com investimentos da Seag  e uma  emenda do deputado Evair de Melo para compra de equipamentos e estruturação. A previsão é que até o final do ano o centro esteja totalmente pronto para operar com toda sua capacidade.