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75 anos do Rio Branco - Elza Louzada: ela fez história na torcida

75 anos do Rio Branco - Elza Louzada: ela fez história na torcida

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Quando o assunto é a potência da torcida do Rio Branco, o primeiro nome lembrado é de Elza Louzada Gomes, 85 anos. Essa senhora, natural de Cachoeiro de Itapemirim, mudou-se para Venda Nova há mais ou menos 62 anos. Ela e suas duas primeiras filhas Ana Nery e Eliane vieram para acompanhar o esposo e pai, Elizeu Gomes, mestre de obras convidado por padre Cleto Caliman para tocar a obra do Colégio Salesiano (hoje Escola Fioravante Caliman).

Assim que Elizeu passou a integrar o time do Rio Branco, aquela mulher comunicativa, passou a frequentar os jogos e logo se revelou uma torcedora barulhenta, passional e sintonizada com as regras do jogo. Com 'Meu Bem' no gramado, ela não se intimidou por estar numa cidade em que mal conhecia os moradores, soltando a voz e ao mesmo tempo ganhando seguidoras nesse jeito animado de torcer pelo futebol. “A torcida por aqui era meio tímida. Cheguei com a pólvora toda e logo, logo as Pagotto, Brioschi, Perim e mulheres de outros sobrenomes soltavam a voz também”, relembra.

Com seu jeito carismático, Elza fez logo muitas amizades. Ela se recorda da presença de Dalvina Pagotto, Alceia Marques, Leonilda Pagotto, Terezinha Lorenção, Jordelina Caliman, Ruth Piassi e muitas outras que faziam do campo de futebol o lugar de encontro. “Não existia alambrado. O lugar mais confortável era uns três metros de grama ao longo do campo, onde ficam as lojas hoje.  Do outro lado ficava a torcida do time visitante”.

Dona Elza, como é conhecida, assistia os dois jogos do domingo (dos times secundário e principal). “Eu gritava tanto nos momentos mais decisivos que passei a ser muito conhecida até pelos jogadores visitantes. Alguns diziam já ter ouvido falar de uma senhora torcedora muito animada mesmo antes de ir jogar no Rio Branco”.

Por conta desse seu jeito animado e fiel, Dona Elza se tornou um símbolo da torcida do Rio Branco, que reconheceu sua importância, homenageando-a   no aniversário de 70 anos do clube.

Depois que se estabeleceu em Venda Nova, o casal Elza e Elizeu adotou mais um filho, o Deolindo, e teve outros dois, com a diferença de idade de um ano. “Meu Bem fez um carrinho de madeira para eu levar os dois até o campo. Eu colocava um colchão e cobertor, acomodando bem os dois (Eduardo e Rogéria) e ia tocando o carrinho até o campo”. Apesar de se tratar de um percurso curto (a família morava no Centro na época), era estrada de chão irregular e cheia de mato. “Tudo era muito tranquilo. Se as crianças quisessem dormir, bastava deixar o carrinho num cantinho e com eles protegidos do frio”.

Quando os jogos eram fora, Dona Elza e as demais torcedoras iam no ônibus fretado especialmente para este fim. “Tinha ônibus para a torcida e era muito animado”.

Os filhos cresceram e Dona Elza continuou sendo torcedora do Rio Branco. Já rapaz, seu filho Eduardo, o Bidu, também jogou pelo Clube.

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